Administração colonial
A diversidade nas formas de colonização, ou os
meios de apropriação colonial, não resultaram apenas da política colonial de
cada potência ou das condições geo-climáticas do território ocupado. Essa
diversidade derivou sobretudo dos tipos de estruturas políticas e socioeconómicas
vigentes na sociedade a ser colonizada e do grau de desenvolvimento do
capitalismo no país europeu colonizador.
Podemos
distinguir, em termos didácticos, duas formas principais de colonização: as colónias
de povoamento (ou enraizamento) e as colónias de exploração (ou enquadramento
A administração
variou de acordo com as condições demográficas, culturais e económicas das
regiões ocupadas, podia ser esta directa, com funcionários da metrópole
substituindo as autoridades locais, ou indirecta, utilizando-se das autoridades
locais subordinadas a funcionários da metrópole.
Os ingleses, geralmente adeptos da
administração indirecta, conseguiram controlar populações enormes e
diferenciadas entre si, aproveitando-se das instituições e das lideranças
locais. Aqueles que não queriam colaborar eram substituídos.
Os franceses tiveram a pretensão de desenvolver uma
política de “assimilação” dos colonos. Eles acreditavam que, através da
instrução, os africanos e os asiáticos poderiam vir a adquirir a cidadania
francesa, desde que tivessem profundo conhecimento da língua francesa, da
religião cristã, bom nível de instrução e boa conduta. Entretanto, essa prática
não se tornou comum na administração colonial francesa, prevalecendo os
aspectos económicos de exploração dos recursos minerais e agrícolas.
As características de coloniais de povoamento
As colónias de
povoamento caracterizam-se pela instalação no território subjugado de uma
minoria europeia numericamente expressiva. Ela assume o total controlo político
e constitui a camada dominante em todos os sentidos da sociedade. Essa minoria
compreende as seguintes características:
- Ex-camponeses emigrados da metrópole que se instalam em
grande parte nas terras que vão sendo expropriadas militar aos africanos, vindo
a formar, portanto, a classe dos grandes proprietários fundiários;
- Uma pequena
burguesia comerciante frequentemente composta de não-europeus, sírios e
libaneses na costa ocidental africana; indianos, paquistaneses e chineses na
costa oriental (o grande comércio de exportação importação é monopolizado por
companhias metropolitanas) -Ainda
neste tipo de colónias verificava-se uma frágil burguesia industrial A
burguesia fundiária vai beneficiar-se da força de trabalha preço irrisório, dos
africanos despojados das terras que ela passou a ocupar. Através do estatuto do
trabalho forçado e do imposto indígena, esses africanos transformam-se em
assalariados rurais pelo menos durante uma parte do ano. No restante do tempo
voltam à economia tradicional, de subsistência e troca interna, praticada em
terras cada vez menos férteis e mais exíguas. Na qual os proprietários benefivam-se
igualmente da manutenção de preços elevados e de financiamentos garantidos pela
metrópole para os seus produtos agrícolas de exportação.
De acordo com SOUSA
as coloniais de povoamento ou enraizamento
Nas regiões de clima temperado, estabeleceram-se colónias de povoamento, com
ampla migração de população “branca” europeia (que havia dobrado do decorrer do
XIX), em busca de melhores condições de trabalho, de alimentação e de moradia.
Foi o caso da colonização inglesa na Rodésia e no Cabo (África do sul ),da colonização
portuguesa em Angola e em Moçambique.
Nesse tipo de colónia, as minorias europeias ocupavam posições sociais, económicas
e administrativas dominantes. Os nativos foram expropriados de suas terras
pelos europeus e excluídos até mesmo das mais simples funções burocráticas; em
qualquer actividade, os brancos recebiam salários mais elevados. Essa situação
deu origem a conflitos particularmente agudos, como a guerra civil pela
independência da Argélia e a política do “apartheid” da África do Sul.
As
Formas de Administração Colonial Francesa
De acordo com
Ki- zerbo (2010: p, 70) a firma que o sistema colonial Francês estava fundado em uma
administração centralizada e directa; um governador-geral, representante do
ministro das colónias, estava na direcção de cada agrupamento de territórios;
os territórios sob mandato eram administrados por um alto-comissário da
Republica. Diferentemente das colónias, nestes territórios sob mandato não
havia alistamento militar e a Franca cabia apresentar a SDN um relatório anual
da sua administração.
os governadores gerais e os alto comissários
governariam por decreto, tomados por sua conta própria ou procedentes dos
decretos de autoridades governamentais francesas; eles eram assistidos por um
Conselho de Governo de papel puramente consultivo. Alem disso, este Conselho
era formado por alto funcionários directamente subordinados ao governador-geral
ou ao alto-comissário, dos quais eles eram colaboradores tais como: o
secretario geral que podia assegurar o ínterim na ausência do governador-geral;
o comandante superior das tropas coloniais; o procurador-geral; e os directores
gerais dos serviços federais (finanças, saúde e educação).
O governador-geral detinha poderes muito
amplos: “Nenhuma lei, nenhum decreto, mesmo que especialmente tomados para o
grupo de colónias considerado, não são aplicáveis antes de terem sido
promulgados pelo governador-geral por decreto2.”
Ele possuía não
somente a autoridade sobre a administração mas também dispunha de uma forca
armada.
Para
Ki- zerbo (2010: p, 71) As mais importantes eram as direcções de assuntos políticos,
de finanças, de trabalho públicos, de educação, dos assuntos económicos e da saúde.
Graças a estes serviços, o governador-geral acompanhava regularmente a vida
administrativa das colónias. A África Equatorial reagrupando somente quatro
territórios e dispondo de parcos meios de comunicação, era tendencialmente
considerada como uma colónia única.
Para
Ki- zerbo (2010: p, 72) Os Administradores formados na Escola Colonial possuíam
sobre o lugar apenas uma formação teórica. Em razão disso, havia cada vez menos
especialistas e cada vez mais burocratas intercambiáveis, “aplicando os mesmos
princípios e os mesmos métodos, tanto em Agades quanto em Sassandra”, em nada
preocupados com as realidades locais. O comandante de círculo era o principal
representante do poder colonial
Conhecido
pelos africanos conhecido pelos africanos, e ele era simultaneamente, chefe
politico, chefe administrativo, chefe da policia, procurador-geral e
pretendente do tribunal indígena.
Para Ki- zerbo
(2010: p, 73) Ele era julgado em função dos benefícios obtidos para a Franca e
não, em contrário, pelos serviços que ele viesse a oferecer aos africanos. A
sua preocupação não era atender as necessidades dos autóctones mas, em
oposição, tratava-se de zelar pelos interesses das câmaras de comércio e das
grandes empresas, capazes de impor métodos pouco ortodoxos aos governadores e
administradores.
Segundo Ki- zerbo (2010: p, 75) O advento do governo da
Frente Popular na Franca, em Junho de 1936, trouxera relevantes mudanças ao
sistema colonial. Diante da necessidade
de enfrentar,
por toda parte, fortes tendências de direita, o governo socialista proclama a
necessidade “de extrair do sistema colonial o máximo de justiça social e de
potencial humano. Ele recomendava algumas reformas mas, sem indicar os meios necessários
a sua realização.
Politica
colonial de Portugal
As
Formas de Administração Colonial Portuguesa
Na opinião de
Ki- zerbo (2010: p, 75) As
formas de administração colonial portuguesa tinha um sistema semelhante ao
sistema francês, contando com uma hierarquia administrativa comportando desde o
governador geral ate os chefes de circunscrição, todos submetidos as leis e
directrizes decididas pelo governo de Lisboa e dotados de poderes similares
aqueles dos colegas Franceses
Em Portugal, a politica colonial começa em 1930, ocasião
em que António Salazar, conselheiro financeiro do regime militar que em 1926
derrubara a república liberal, se torna ministro dos assuntos coloniais,
através de novo estado colonial consistia também em subordinar os económicos
aos interesses da metrópole.
Nas politicas traçadas por Salazar para
enfrentar a grande crise mundial e a interrupção do fluxo de remessas de fundo
portugueses de alem Atlântico, Portugal do reduziria radicalmente os serviços
da administração metropolitana e imporia com todos o rigor uma nova cujo
objectivo era extraíra a riqueza da África
Segundo Ki- zerbo
(2010: p, 75) A exploração colonial estava portanto, fundada sobre as mais
simples práticas, entretanto as mais duras, relativas ao trabalho forcado, á
taxa obrigatória da produção agrícola e a venda, para a África do Sul, de
contratos de trabalhadores migrantes.
Para Portugal praticara na África uma politica
de política de segregação, sobretudo após 1910. Esta politica que relegava o autóctone ao funda da estrutura
social.
Segundo Ki- zerbo (2010: p, 75) Autóctone ao fundo da estrutura
social. Os “indígenas” tal como nas possessões francesas de tinham poucos
direitos e estavam submetidos ao trabalho obrigatório cujo carácter representava,
por pouco que não, a continuação da escravatura.
Com excepção
de capitais regionais como Bissau, Luanda e Lourenço Marques e subtraindo um
pequeno numero de outras cidades onde tal desenvolvimento industrial ocorrera,
o interior do pais se mantinha como um reservatório onde se explorava o
trabalho forcado, especialmente por intermédio dos mercadores brancos que
compravam as colheitas dos camponeses. E em 1935 1945 vigorou nas colónias
portuguesas uma crise económicas, endurecimento e pela do regime fascista e
pela segunda Guerra Mundial Pouco antes do inicio da Segunda Guerra Mundial e
posteriormente a grande seca que se abateu sobre as ilhas, uma corrente migratória
dirigir se rumo Dakar onde os homens exerciam a profissão de sapateiros,
sucateiros, cabeleireiros, ao passo que as mulheres tornavam se domesticas.
Segundo Ki- zerbo
(2010: p, 75) -Nas colónias portuguesa
no Guine conheceu poucos progressos : A exportação do amendoim, cultura dos
pequenos agricultores, não aumentava senão lentamente em razão da erosão contínua
das terras, e os esforços empreendidos para introduzir o trabalho obrigatório
seriam solapados pela fuga de populações rumo ao Senegal ou a Guine francesa.
Cabo Verde
− Manifestou pela imigração
dos cabo verdianos, não somente como auxiliares da administração, mas também,
qualidade de pequenos agricultores ou artesãos.
- No sistema português,
as ilhas de São Tome e Príncipe representavam a colónia de plantação por excelência;
uma trintena de companhias dividia entre si a maior parte das terras cultivadas
enquanto a administração colonial era somente seu instrumento, preocupada
principalmente em lhes prover a mão-de-obra necessária as suas actividades.
Segundo Ki-
zerbo (2010: p, 75) Os autóctones repugnavam o trabalho nas plantações e foi
preciso trazer mão-de-obra de Angola e de
outras colónias, entretanto esta operação mostrava
Se de mais em mais difícil: entre 1920 e 1940,
o número de trabalhadores caíra de40.000 para 30.000 indivíduos, ainda neste
período, com a baixa da fertilidade natural das terras e em consequência deste
quadro, aconteceu uma forte quebra das exportações de cacau e as ilhas perderam
a sua posição privilegiada no mercado mundial deste produto, constituindo assim
uma nítida ilustração da ineficácia do regime português.
Uma Situação
semelhante aquela de Angola e Moçambique: a queda nos preços dos produtos
coloniais era duramente sentida por todos, sobretudo, pelos pequenos proprietários
africanos mas também pelos grandes agricultores.
O Portugal de
Salazar não tinha os meios para desenvolver a economia: ele reservara a tarefa
do investimento as grandes companhias de capital supranacional, especialmente
no tocante a exploração mineral. Em Moçambique, a maior parte da renda era extraída
da mão-de-obra anualmente enviada rumo a África do Sul, as dezenas de milhares
de homens, com vistas ao trabalho nas minas de ouro do Witwatersrand.
Para melhor
assegurar a sua dominação, o regime de Salazar teve que encontrar aliados. O
acordo sobre as missões, assinado com a Santa-Se em 1939,desdobrar-se-ai em uma
concordata no ano seguinte: as missões católicas se tornaram o braço do Estado
na educação da populações africanas. As missões receberam alguns subsídios do
Estado mas foram obrigadas a financiar a tarefa a qual elas se haviam proposto
− um mínimo de escolarização − contando com os donativos obtidos junto aos
crentes.
As Formas de Administração colonial
Espanhol
Nas coloniais
Espanhol administração não era tão diferente das colónias portuguesas, a
Espanha não tinha uma política colonial adaptada aos territórios da África
tropical.
A velha administração monarquista tinha por
muito tempo oferecido a sua preferência primeiramente a Cuba e, em seguida, ao
Marrocos. Antes da guerra civil, a África equatorial não possuía existências
administrativa autónoma, lhe faltava portanto uma orientação política própria.
Segundo Fernando Poo com a cricao de plantações de cacu- era inspirada na colonização
portuguesa de São Tome mas, ela foi contrariada pela recusa, por parte dos
autóctones.
Nos territórios
belgas, não somente o africano não detinha nenhum direito politico mas, a época
a qual nos referimos, ele não era sequer suspeito de poder gozar desta atribuição,
mesmo em se tratando de uma hipótese em destino longínquo.
Os demais povos colonizadores, tais como belgas, alemães,
holandeses, portugueses e espanhóis, adotaram métodos que
variavam entre
o ideal de assimilação e as necessidades práticas de
utilização das autoridades
locais para extrair vantagens da comercialização da
produção colonial.
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