Evolução




Evolução
A ideia da evolução não surgiu espontaneamente. Ela resultou de um lento processo, ao longo do qual muitos cientistas foram tomando consciência de que vida possui uma história continua, escrita pelos seres vivos que se foram transformando e povoando gradualmente a terra.

Da visão de uma Natureza imutável (Natureza que não muda) transitou-se, ao longo do tempo, para a visão de uma natureza dinâmica e variável.

Teoria científica sobre a origem da vida

Como terá surgido a vida no nosso planeta?
 Ao longo dos séculos o Homem sempre tentou responder a essa pergunta que através da fé quer por meio de uma hipótese científica.
Em 1929 os cientistas Alexandr Oparin (russo) e John Haldane (inglês) formularam uma hipótese que tentava explicar a origem da vida na terra.

Esta hipótese sugeria o seguinte processo:
-        A atmosfera primitiva continha para além de outros gases, metano, amoníaco, hidrogénio e vapor de água. Esta mistura era continuamente atingida por relâmpagos e atravessada por raios ultra violeta do Sol, o que originava a quebra de algumas moléculas e a síntese de determinados compostos orgânicos.

-        Durante os violentos temporais que se abatiam com a terra, esses compostos formados na atmosfera primitiva eram levados pela água da chuva para os oceanos primitivos, onde se acumularam, formando um caldo de substâncias orgânicas, a “ sopa primitiva ”, que constituiu o ponto de partida para a origem da vida.

-        Um processo de evolução química conduziu a formação de moléculas orgânicas mais complexas, que se teriam agregado, constituindo estruturas pré-celulares, os coacervados, isolados do meio por “membranas” rudimentares e capazes de manter a sua organização durante algum tempo.
-        Esses agregados pré-celulares poderiam evoluir crescendo e reproduzindo-se dentro da água dos oceanos, dando origem as primeiras células.

Com pequenas alterações esta hipótese é usada ate agora pelos cientistas para explicar a origem da vida na terra.


Como se alimentavam os primeiros seres vivos?
Os primeiros seres vivos, que seriam muito simples, obtinham alimento a partir das substâncias de caldo onde se encontravam. Eram, por isso, heterotróficos, devendo usar um processo de obtenção de energia semelhante a fermentação, sem precisarem de oxigénio. Mas, a medida que a quantidade destas substâncias diminuía, a competição aumentava e a vida poderia extinguir-se.

Qualquer variação do metabolismo que conduzisse a obtenção de energia de uma forma diferente Seia favorável para a sobrevivência dos seres que se apresentassem.

Surgiram assim alguns desses seres que tinham a capacidade de sintetizar os seus próprios alimentos, utilizando a luz solar como fonte de energia – os seres vivos autotróficos.

Com o aparecimento da fotossíntese o oxigénio livre começou a ser produzido em grande quantidade, o que provocou uma profunda modificação na atmosfera da Terra, possibilitando:

-        O surgimento de seres aeróbios, que podiam obter maior quantidade de energia a partir na respiração celular;
-        A formação da camada de ozono (O3) que protege a Terra, filtrando as radiações ultravioleta. A vida pode, assim, sair do mar e conquistar a terra.

Experiência sobre a origem da vida

Em 1953, Stanley Miller, para testar a hipótese de Oparin-Haldane, montou um aparelho idêntico ao representado na figura na baixo, no qual simulou a composição atmosférica que se supunha ter existido da Terra primitiva.

Miller procedeu da seguinte forma:
-        colocou água no balão do aparelho e, depois de lhe ter retirado o ar, introduziu nele uma mistura de metano, amoníaco e hidrogénio.
-        Aqueceu a água do balão e manteve-a em ebulição, produzindo vapor de água que assegurava a circulação da mistura dos gases.
-        A mistura gasosa passava por um outro balão, onde era submetida, durante uma semana, as descargas eléctricas de alta voltagem.

-        Um condensador arrefecia os gases e o vapor de água condensava-se, tal como sucedia nas grandes altitudes da atmosfera na Terra.

-        Após uma semana, analisou a água contida no aparelho, que tinha adquirido uma cor castanho alaranjada, e verificou que se tinham produzido diversas moléculas orgânicas, em particular aminoácidos, unidades de Constituição das proteínas substâncias fundamentais da matéria viva.

-         A experiencia de Miller demonstrou pela primeira vez que a síntese de moléculas orgânicas em condições abióticas, ou seja, antes do aparecimento da vida na terra, teria sido não só possível, mas altamente provável.
-        Após o trabalho de Miller, muitas outras experiencia semelhantes foram realizadas, tendo-se obtido, através delas, resultados que vieram apoiar a hipótese de Oparin-Haldane: é possível a formação de moléculas orgânicas em condições abióticas semelhantes às da Terra primitiva.

Teoria sobre a origem e evolução dos seres vivos

A explicação da origem e da diversidade dos seres vivos é um assunto complexo. Não existem dados suficientes do passado a que se possa recorrer, ilimitado a pesquisa experimental.
Por isso, varias hipóteses acerca da origem dos seres vivos foram surgindo ao longo dos séculos, fortemente influenciadas por princípios religiosos, filosóficos e culturais.

Em termos gerais, podem considera-se duas hipóteses para justificar a origem os seres vivos:
-        Hipótese fixista ou fixismo: as espécies são imutáveis;
-        Hipótese evolucionista ou evolucionismo: as espécies actuais são o resultado de lentas modificações que ocorrem nos seres vivos e se forma acumulando ao longo do tempo.
Fixismo
Segundo esta hipótese, as espécies surgiram tal como se conhecem no presente e mantiveram-se imutáveis ao longo do tempo, sem originarem novas espécies.
Mas como teriam surgido os seres vivos?
Alguns fixistas acreditavam no criacionismo, enquanto outros defendiam a geração espontânea.

Criacionismo
Segundo os criacionistas:
-        Todas as espécies foram criadas ao, mesmo tempo por um ser infinito;
-        Quando foram criadas, as espécies tinham as mesmas características que apresentam actualmente.
O aparecimento de restos fossilizados de novas espécies, em estratos de rochas de diferentes idades, abalou os seguidores do criacionismo. Na tentativa de conciliar os dados revelados pelo estudo dos fosseis com ideias fixistas, George Cuvier propôs, no final do século XVIII, a teoria do catastrofismo.

Esta teoria defendia que uma sucessão de cataclismos tinha atingido a Terra, destruindo todos ou quase todos os seres vivos existentes. Por acção de um criador, a terra teria sido repovoada após cada cataclismo, com formas de vida diferentes das existentes anteriormente. Desta forma fosseis em alguns estratos mais antigos das rochas e a sua ausência em estratos mais recentes.

Geração espontânea
O filósofo grego Aristóteles (384 a. C.) acreditava que, em certas condições, a vida, como por exemplo carne, fruta ou queijo em decomposição, ou mesmo de lama, por acção de um “princípio activo” que actuava sobre essa matéria – hipótese da abiogénese. Esta explicação da origem dos seres vivos perdurou durante vários séculos.

Evolucionismo
A crença na geração espontânea continuou, mas muitos cientistas discordavam dela. Um deles foi Francesco Redi (1626-1697), biólogo italiano, que tentou demonstrar experimentalmente que essa ideia era falsa e que a vida só era originada a partir de outra vida preexistente.

Ele estava convencido de que as larvas que apareciam na carne em decomposição surgiram de ovos que ali tinham sido depositados por moscas e não por geração espontânea.

Para confirmar a sua hipótese, Redi colocou algumas larvas num recipiente fechado e observo o seu desenvolvimento.

Após alguns dias, cada larva originou um casulo que mais tarde se rompeu, deixando sair a mosca.
A partir destas observações, Redi realizou uma experiencia para testar a sua hipótese sobre a origem das larvas.

Experiencia de Redi
Redi colocou carne em estado de putrefacção em frascos de boca larga; alguns destes frascos ficaram abertos e outros foram tapados com gaze.

Redi observou que as moscas se juntavam a volta dos frascos, entrando livremente nos que estavam abertos, ao fim de algum tempo, verificou que na carne destes frascos tinham surgido muitas larvas, enquanto nos frascos com que estavam tapados com gaze, onde as moscas não conseguiam entrar, não apareceu nenhuma larva.

Com esta experiencia Redi demonstrou que seres vivos observados na carne eram provenientes de outros seres vivos. Este facto era a favor da teoria da biogénese, que defendia que a vida originava somente de outra vida preexistente.

Experiencia de Pasteur
No século XIX, a teoria da biogénese foi reforçada com resultados da experiencia do cientista francês Lois Pasteur (1822-1895). Ele preparou quatro balões de vidro, contendo caldo de carne, excelente meio de cultura para micróbios. Esticou os gargalos dos balões, curvando-os de modo a que tomassem a forma de “pescoço de cisne”. A seguir, ferveu os caldos ate que saísse vapor pela extremidade do galga-lo longo e curvo.

Enquanto os balões arrefeciam, o ar do exterior penetrava pelos gargalos e era ate possível ver partículas em suspensão no ar ficarem retiradas nas paredes dos pescoços longo e curvo, que funcionava assim como uma espécie de filtro do ar.

Apesar de estarem em contacto com ar, que os defensores da abiogénese diziam ser necessário para a geração espontânea de vida, nenhum dos caldos preparados por Pasteur se contaminou.
Pasteur quebrou então o gargalo de um dos balões, deixando o caldo exposto ao ar. Rapidamente se observou a presença de micróbios no caldo de carne.

Com esta experiencia, Pasteur provou que, nas condições da Terra actual, não ocorre geração espontânea e qualquer forma de vida provem de outra vida preexistente, pondo fim a hipótese da geração espontânea.
Os balões originais, contendo os caldos feitos por Pasteur, continuam até hoje no Instituto Pasteur de Paris, livre de micróbios.

Transformismo
A partir do século XVIII os cientistas foram tomando consciência de que de que o fixismo não justificava a grande diversidade dos seres vivos e tentaram encontrar outra explicação para a existência de um número tão elevado de espécies diferentes.
Surgiu a teoria transformista, segundo a qual:

-        Os primeiros seres vivos eram mais simples e teriam sofrido modificação ao longo do tempo.
Deixava assim de ser considerado que as espécies são fixas e imutáveis, sendo possível a substituição gradual de espécies por meio de adaptados a ambientes em contínuo processo de mudança e algumas podendo mesmo desaparecer. Por isso, as espécies actuais não são, em regra, as mesmas que existiam no passado. Esta corrente de pensamento explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao contrário do que propunham os fixistas.

O transformismo, baseado nas evidencias obtidas pelo estudo das espécies actuais e pela analise dos dosséis, contrariava a imutabilidade das espécies das espécies actuais e pela analise dos fosseis, contrariava a imutabilidade das espécies e abria caminho para evolucionismo.

A teoria evolucionista é hoje aceite pela maioria dos biólogos pela grande variedade de testemunhos que a apoiam.

Teorias evolucionistas
No final do século XVIII e durante o século XIX, o desenvolvimento da geologia permitiu obter uma noção mais clara sobre os fenómenos que tem lugar no nosso planeta. Abandona-se progressivamente a visão estática do mundo, substituindo-a por uma outra: a de planeta em constante mudança.

Teoria de Lamarck/Lamarckismo
Jean Baptiste de Monet, cavaleiro de Lamarck (1744-1829) grande taxonomista francês, apresentou a primeira teoria fundamentada na evolução dos seres vivos.
Foi, no entanto, muito criticado, não tendo a suas ideias conseguindo derrotar o fixismo.

A teoria de Lamarck para explicar a existência de evolução pode resumir-se em dois princípios fundamentais:
-        Lei de uso do desuso;
-        Lei da herança dos caracteres adquiridos.

Lei do uso de desuso – Lamarck considerava que o ambiente condiciona a evolução, levando ao aparecimento de características que permitem que os indivíduos se adaptem as condições em que vivem.

De acordo com esta lei, a necessidade de utilizar um órgão em determinado ambiente, acaba por provocar modificações nesse mesmo órgão. Isto é se um órgão é muito utilizado desenvolve-se, tornando-se mais forte ou de maior tamanho, mas pelo ao contrario este órgão não se usa, degenera e atrofia-se. Por exemplo, Lamarack considerava que as serpentes tinham perdido os membros porque dificultava a deslocam através da vegetação densa. Como não eram utilizados, foram-se atrofiando, ate ao desaparecimento total.

Lei da herança dos caracteres adquiridos – as modificações que produzem nos indivíduos como consequência do uso ou desuso dos órgãos são hereditárias, transmitindo-se a descendência.
As ideias de Lamarck foram contestadas relativamente aos seguintes aspectos:

-        A lei uso e desuso, embora vala para alguns órgãos, como os músculos não se aplicam todas as modificações;
-        A lei de herança dos caracteres adquiridos não se verifica experimentalmente. Ou seja a modificação de um órgão, adquirida a vida de um ser vivo (Ex.: o corte da calda do rato), não é transmitida a descendência.

Actualmente, embora se reconheça que o uso ou desuso de um órgão altera o seu desenvolvimento, sabe-se que essas características afectam apenas a parte somática do individuo, não passando para o material genético.
Só alterações do DNA presentes nos cromossomas transportados pelos gâmetas são transmitidas a descendência.

Teoria de Darwin/Darwinismo
 Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês que defendeu as ideias evolucionistas, apresentou uma teoria os mecanismos da evolução. Esta teoria baseava-se numa grande quantidade de dados acumulados durante mais de 20 anos, dos quais se podem destacar os seguintes, obtidos durante uma viagem de 5anos que realizou a volta do mundo, a bordo do navio “Beagle”.

-        Ele encontrou uma enorme diversidade de seres vivos, constando que a fauna e flora apresentam diferenças de continente para continente e de zonas desérticas para zonas montanhosas.

-        Durante a sua estadia nas ilhas Galápagos, que formam um arquipélago situado no Oceano Pacifico, Darwin ficou muito admirado com as tartarugas e com um grupo de aves chamadas tentilhões.
As tartarugas gigantes eram se 7 variedades diferentes, cada uma ilha delas ocupando a sua ilha. No entanto, apesar das diferenças apresentadas, elas eram muito semelhantes entre si, levando a crer que possuíam uma origem comum.

Os tentilhões apresentavam uma grande diversidade a volta de um padrão comum diferindo principalmente no tamanho e na cor do corpo e na forma do bico, relacionada com diferentes alimentações de cada grupo.
Por causa da semelhança destas aves com outras existentes no continente americano, pode-se supor que elas tenham sido igualmente originadas de um ancestral comum.

-        Durante a sua viagem Darwin observou também grande número de fosseis, descobrindo algumas conchas de animais marinhos integradas em rocha encontradas a milhares de metros de altitude, nos Andes.

Depois de analisar estes dado Darwin deduziu que as características especiais de cada ilha tinham influenciado a evolução das duas espécies, descendentes de antepassados provenientes do continente americano. A diferença das espécies originais era resultado da adaptação as condições existentes nas diferentes ilhas do arquipélago onde viviam.
Os dados geológicos e biogeográficos recolhidos por Darwin foram utilizados mais tarde na fundamentação da sua teoria.

-        A Teoria de Darwin ou Darwinismo.
Selecção artificial
Ao longo do tempo, o ser humano tem procurado obter plantas e animais com características desejáveis, à partir de cruzamentos entre indivíduos que apresentam as mesmas características.
Ao fim de algumas gerações, as características seleccionadas acumulam-se nas populações, sendo os indivíduos que as formam diferentes os seus antepassados. Este processo chama-se selecção artificial e com este processo o ser humano obteve uma grande diversidade de cães, galinhas, pombos, cavalos, arroz, e milho entre outros.

Selecção natural
A semelhança da diversidade de animais e plantas obtida artificialmente também na Natureza ocorre este processo, denominado selecção natural, provocado pelos factores ambientais.

Darwin lançou a ideia de que a evolução dos seres vivos era dirigida pela selecção natural, apoiando-se em vaias observações:

-        Os seres vivos, mesmo da mesma espécie diferem entre si diversas características, incluindo aquelas que tem a influenciada capacidade de explorar com sucesso os recursos naturais, e de descendência.
-        As populações de todas as espécies tendem a crescer rapidamente; no entanto o número de indivíduos de uma espécie geralmente não se altera muito de uma geração para a seguinte.

-        Em cada geração morre um grande número de indivíduos devido a competição pelo, espaço, alimento, abrigo, e pela capacidade de fugir os predadores – luta pela sobrevivência e muito deles não deixam descendentes.
-        Os indivíduos mais bem adaptados vivem durante mais tempo e originam maior número de discentes aos quais transmitem as suas características.

-        Os indivíduos que sobrevivem e se reproduzem são mais bem adaptados as condições ambientais. Os menos aptos são eliminados progressivamente. Assim existindo uma selecção natural, ou sobrevivência dos mais aptos.

A acumulação das pequenas variações leva, a longo prazo, a transformação e ao aparecimento de novas espécies.
Darwin não publicou logo as ideias da sua teoria. Ele tencionava escrever quatro volumes e durante muito tempo dedicou-se a essa tarefa. Mas, em 1858, mais cinte anos após a sua viagem a volta do mundo, recebeu uma carta de Wallace, naturalista inglês, em que lhe apresentava, em poucas páginas uma explicação para a origem da vida que coincida com a sua pedindo-lhe uma opinião.

Pensou então em dar Wallace o seu trabalho, mas os amigos convenceram-no a publicar um resumo, que surgiu numa revista científica, juntamente com o artigo de Wallace. Este facto leva a que a teoria da Darwin seja referida, muitas vezes como a teria de Wallace de Darwin.

Darwin escreveu a seguir um resumo dos quatros volumes que tinha planeado, publicando-o com o título A Origem das Espécies.

Todos os 1250 exemplares deste livro foram vendidos no primeiro dia, provocando uma grande discussão na comunidade científica, na sociedade e na igreja:

-        A comunidade científica reconheceu que os dados obtidos por Darwin eram credíveis;
-        Os sectores mais conservadores da sociedade atacaram-no violentamente, chegando a ser publicadas caricaturas que traduziam as críticas de era alvo.

-        A igreja condenou igualmente Darwin, já que a sua teoria conduzia a uma visão materialista do mundo vivo.

Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução
A teoria da evolução por selecção natural enunciada por Darwin só foi bem compreendida depois da descoberta das leis da hereditariedade que explicam os mecanismos responsáveis pelas variações verificadas na diferentes espécies e modo como essas variações se transmitem de geração para geração.

No início do século XX, surgiu a teoria sintética da evolução ou neodarwinismo, resultante da combinação das ideias de Darwin com os novos conhecimentos sobre genética. Essa teoria engloba duas ideias fundamentais: variabilidade genética e selecção natural.

Segundo esta teoria, a selecção natural actua sobre a diversidade dos seres vivos.

Factores da evolução

Os principais factores da evolução que contribuem para a diversidade dos seres vivos são:
-        As mutações
-        A recombinação genica (ou recombinação genética).

Mutações

As mutações são produzidas por genes alternados e tem muitas vezes efeito desastroso. Os indivíduos que as possuem tendem a serem eliminados. No entanto, eles podem também produzir características favoráveis, conferindo alguma vantagem aos seus portadores, que neste caso serão preservados pela selecção natura.
A mutação só terá, então, valor evolutivo se não provocar a morte do indivíduo mutante e se ocorrer nas células reprodutoras, podendo assim ser transmitidas a descendência do seu portador.
As mutações introduzem novos genes numa população – são principal factor da variabilidade genética.

Recombinação genética

A recombinação genica acontece durante a reprodução sexuada. Provoca grande variedade na descendência que se verificam:
-        Na meiose, durante o crossing-over;
-        Na fecundação, originada pela união dos gâmetas, feita ao acaso.
As mutações introduzem novos genes nas populações e a recombinação genética mistura os novos genes, com os genes já existentes. Cria-se assim uma enorme variabilidade genética na população.
A selecção natural Actua, por sua vez, sobre os indivíduos portadores dessas combinações genéticas mais vantajosas num determinado ambiente favorecendo a sua sobrevivência da população.
No entanto, se as características do meio se alteram, os genes que eram favoráveis podem tornar-se desvantajosos e agora os seus portadores serem agora eliminados pela selecção natural.

Provas de evolução

A teoria de evolução diz que as espécies actuais surgiram partir de outras que existiram no passado. Para explicar a evolução é necessário por isso compreender esse passado, estudando à partir de várias áreas de conhecimento, dados actuais que se possam ser observados directamente.
As provas que apoiam a evolução são variadas, podendo apresentar-se sob a forma de argumentos a favor do evolucionismo:
-        Argumentos de anatomia comparada;
-        Argumentos paleontológicos;
-        Argumentos embriologias;
-        Outros argumentos a favor da evolução.

Os argumentos de anatomia comparada
Os argumentos de anatomia comparada, baseada na semelhança de características morfológicas dos indivíduos são principalmente:
-        Estruturas homologa;
-        Estoutras análogas;
-        Estruturas vestigiais.

Estruturas ou órgão Homólogos
Os órgãos homólogos são órgãos estruturalmente semelhantes, mas que desempenham funções diferentes.
São exemplos dos órgãos homólogos:

-        Os membros superiores do Homem e os membros anteriores das baleias, dos morcegos (membrana alar), das aves (as asas), dos cavalos, das toupeiras e das salamandras; todos estes órgãos têm sua origem embriologias e são constituídos por ossos correspondentes mas constituem funções diferentes.
-        A armadura bucal dos insectos é constituída pelas mesmas partes, cada uma adaptada a um regime alimentar.

Os órgão homólogos são resultados da adaptação dos seres vivos a ambientes diferentes, num processo chamado evolução divergente.

Indivíduos com o mesmo ancestral que migram para ambientes diversos são sujeitos a evoluções diferentes. Em cada ambiente são seleccionados os indivíduos mais aptos, originado gradualmente formas com grandes diferenças da inicial.

Estruturas ou órgão análogos
Os órgãos análogos são órgãos estruturalmente diferentes, mas que desempenham funções semelhantes.
São exemplo de órgãos análogos:
-        Os rizóides do musgo e as raízes de uma planta;
-        As asas dos insectos e das aves e a membrana alar dos morcegos;
-        Os tubarões (peixes cartilagíneos) e os golfinhos (mamíferos aquáticos) pertencem a famílias diferentes, mas tem a mesma forma do corpo e barbatanas que facilitam a sua deslocação dentro da água.

Os órgãos análogos resultam da acção do mesmo ambiente sobre organismos de grupos diferentes. São características favoráveis que tornam os indivíduos portadores mais aptos e, e portanto favorecidos pela evolução. Este tipo de evolução é chamada evolução convergente.

Estruturas ou órgão vestigiais
Estruturas ou órgãos vestigiais são órgãos atrofiados sem função evidente e sem significado biológico que existe alguns grupos. Segundo a teoria evolucionista devem ter sido úteis nos antepassados dos seus portadores, tornando-se menos importantes ate se transformarem em estruturas rudimentares.
O Homem possuiu cerca de 100 órgãos vestigiais, entre os quais as vértebras do cóccix, correspondente a cauda dos seus antepassados, o apêndice cecal, homólogo do ceco de alguns herbíferos, os músculos para mover as orelhas e o nariz, a membrana nictitante, os dentes do siso, os mamilos dos machos, etc.

Argumentos paleontológicos

Quando morre um ser vivo, a maior parte do seu corpo desaparece, comido por outros seres vivos ou destruído pelos de compositores. Mas, por vezes, pode ficar conservado, total ou parcialmente, ou deixar vestígios nas rochas, Estes vestígios são chamados de fosseis.
O estudo do fosseis indica que, ao longo do tempo, a terra foi sendo habitada sucessivamente por seres vivos mais evoluídos.
 Os fosseis mais importantes chamados fosseis de transição, por apresentarem características de dois grupos actuais diferentes.



São fosseis sintéticos:
-        Archeopteryx, animal com dentes e cauda comprida com vértebras, características do grupo dos répteis, mas que apresentava também asas e penas, como as do grupo das aves.
-        Pteridospérmicas, plantas que possuíam folhas semelhantes as do grupo dos fetos actuais, mas também produziam sementes, como as do grupo das gimnospérmicas.
-        Ichthyostega, animal que possuía características dos peixes e dos anfíbios actuais.

Argumentos embriológicos

A comparação dos embriões de vertebrados, nas primeiras etapas de desenvolvimento, permite observar a sua semelhança morfológica.

Todos os embriões dos seres vivos representados na figura 40possuem fendas braquiais externam na região da faringe, sacos braquionais, coração tubular e músculos segmentados. A medida que os embriões se vão desenvolvendo, a semelhança entre eles vai sendo grupos. Este facto sugere que os vertebrados têm um ancestral comum, tendo-se separados uns dos outros ao longo do processo da evolução.

Outros argumentos a favor da evolução

 Para além dos argumentos descritos, existem ainda outros que também são muito importantes para o estudo das relações de parentesco entre os seres vivos:
-        Argumentos biogeográficos, baseados na análise da distribuição geográfica dos seres vivo;
-        Argumentos citológicos, que revelam a mesma Constituição celular para todos os organismos vivos;
-        Argumentos bioquímicos, a partir dos estudos comparativo das proteínas e dos ácidos nucleótidos, que permite estabelecer relação de parentesco entre indivíduos.

Origem e evolução do Homem

Semelhança do Homem com outros animais
O Homem é resultados da evolução natural que iniciou há vários milhões de anos e que foi moldando a diversas espécies de seres vivos.
Pela sua semelhança com os macacos, os chimpanzés, os gorilas e os orangotangos, comprovada pelo estudo da anatomia comparada e da embriologia, o Homem pertence a ordem Primata, ou dos Primatas, que inclui também estes animais.

Ate há pouco tempo, pensava-se que gorila estava mais próximo do homem, dos que o chimpanzé. No entanto, os estudos comparativo do ADN destas espécies revelou que o chimpanzé te, 98,76% de sequencias de DNA iguais as do Homem, o que comprova que o chimpanzé é, realmente, o nosso perante mais próximo. Podemos, assim, dizer que o Homem teve origem nestes animais, tendo-se sucedido, ao longo de milhões de anos, varias espécies de homens, das quais descende o Homem actual.

Factores da antropogénese
A antropogénese é o estudo da origem e evolução da espécie humana a partir de um ancestral comum como os primatas superiores. A descoberta de restos fosseis mostra que os hominídeos e os grandes macacos, também chamados macacos antropóides, tinham um ancestral comum. Acerta altura em direcções diferentes.
Os principais factores da antropogénese são:
-        Desenvolvimento gradual do volume do cérebro – encefalização.
-        Posição bípede, que permitiu a utilização das mãos para realizar outras actividades.

Hominização
A hominização foi um processo evolutivo, tanto físico como intelectual, que passou por diferentes estádios de desenvolvimento, desde os primeiros hominídeos ate ao Homem actual.
Este processo iniciou-se na época em que se verificou um grande arrefecimento na terra e as extensas florestas de África foram substituídas por savanas. Os primeiros hominídeos tiveram que descer das árvores e deslocar-se no solo.

Australopitecos (4 M.a.)
O hominídeo mais antigo que se conhece é os australopitecos, cujos restos foram encontrados na África do Sul. Tinha o crânio pequeno e postura erecta, embora se deslocasse curvado. Já não apresentava as presas (dentes caninos) existentes nos antropóides.
Conhecem-se três espécies de australopitecos: A. Afarensis, o mais antigo, A. Africanus e A. robustus.

Homo hábílis (2,5 M.a)
O Homo habilis viveu ao mesmo tempo que o australopiteco, mas pertencia a um género diferente do género Homo.
A capacidade do crânio era um pouco maior, já que se alimentava de carne e caminhava mais erecto. Expressava-se por sons e gestos.
Este antepassado Homem actual tinha a capacidade de fabricar utensílios de pedra que utilizava para quebrar a casca das sementes, cavar a terra a procura de raízes ou dividir carne dos animais. Por isso foi chamado Homo habilis.

Homo erecto (1,5 M.a.)

O Homo habilis, que viveu apenas em África, deu origem a uma nova espécie, o Homo erectos, que se espalhou pela Ásia e pela Europa.
O Homo erectos tinham um esqueleto muito parecido com o homem actual e altura semelhante. Mostrava grade evolução no fabrico e uso de utensílios de pedra e deve ter iniciado a linguagem articulada. Começou a abrigar-se em cavernas e a usar o fogo. Cobria-se com peles dos animais que caçava. Foi o primeiro hominídeo a sair de África.
A provar a sua dispersão, muitos fosseis desta espécie foram descobertos em vários locais do mundo. Todos receberam o nome da região onde foram localizados: Homem de Java, Homem de Pequim e Homem de Heidelberg.

Homo sapiens

Todos os Homens posteriores ao Homo erectos pertencem a espécie Homo sapiens.

O fóssil mais antigo desta espécie foi descoberto em 1856, no vale do rio Neander, na Alemanha, e por isso, foi chamado Homem de Neanderthal. Recebeu o nome científico Homo sapiens neanderthealensis.

Homo sapiens neanderthealensis (entre 130 000 e 35 000 anos)
O Homem de Neanderthalensis era baixo e forte. Tinha o crânio grande e o cérebro mais desenvolvido era mais desenvolvido. Este Homem primitivo já possuía linguagem e abrigava-se em grutas e cavernas. Caçava grandes herbívoros em grupo, utilizando lanças de madeira com ponta de pedra. Dominava o fogo. Trabalhava a pedra os ossos e madeira. Construía grande variedade de objectos e ferramentas utilizados para vários fins.

Tinha vida espiritual e praticava rituais funerários. Os mortos eram sepultados juntamente com materiais e alimento.

No registo dos neandretaleses com menos de 35 000 anos. Pensava-se que a espécie talvez tinha sido exterminada pelo Homo sapiens, mas recentemente foi publicado um estudo que afirma ter havido ocorrência de cruzamentos entre dois grupos, dando origem a descendentes que produziram o homem actual.

Homo sapiens sapiens (há 40 000 anos)
Os primeiros fosseis do homo sapiens sapiens foram encontrados no Sul de Franca e são conhecidos pelo nome de Cro-Magnon.

Eram mais altos e tinham traços fisionómicos mais delicados do que os neandertalenses. Não se distinguem facilmente do homem actual. Viviam da caca, da pesca e colhiam sementes e frutos selvagens. Tinham grande desenvolvimento mental, sendo capasses de produzir estatuetas, gravuras, desenhos e pinturas rupestres que chegaram ate o nosso tempo.

O Homo sapiens sapiens espalhou-se pela terra e deu origem a todos seres humanos actuais, continuam a evoluir.

O lugar do Homem na Natureza

Comparação com os outros animais

O Mundo do qual fazemos parte é constituído por uma enorme diversidade de seres vivos que habitam os mais variados ambientes. Para sabermos o lugar do Homem neste universo da vida é necessário recorrermos ao estudo comparativo com outros seres vivos, de modo a situa-lo num sistema de classificação.

Classificação sistemática do Homem

A classificação sistemática do Homem aceite pela comunidade científica é representada na figura abaixo.

Raças

O termo raça usava-se vulgarmente para indicar variedades de animais domésticos, como cães, gatos ou animais de criação como galinhas ou gado entre outras.
A designação “raças humanas” refere-se a um antigo conceito antropológico. Tal conceito, que não tem base científica, classificava os seres humanos como bases de características morfológicas, tais como cor da pele, estatura, tipo de cabelo, conformação do rosto, estrutura craniana e outras. Esta classificação actualmente em desuso, admitia 3 raças básicas:

-        Caucasoide (raça branca), que incluía povos da Europa, do Norte de África e de uma parte do continente Asiático (Médio Orientes e Norte da Índia);

-        Mongoloide (raça amarela), da Oceânia (malaios e polinésios) e do continente americano (esquimós e ameríndios);

-        Negroide (raça negra), que incluía os povos da África subsariana.

É natural que diferentes populações apresentem certas diferenças entre si. Quando o Homem primitivo deixou África e se espalhou pelo resto do Mundo, encontrou regiões geográficas e climáticas muito diferentes. Durante a sua evolução nessa variedade de habitats, as mutações que foram ocorrendo permitiram a sua adaptação as condições ambientais específicas de cada local. Por exemplo, a pele escura é mais resistente a radiação solar d que a pele branca; o cabelo encaracolado permite que se forme entre ele e o couro cabeludo uma caixa-de-ar que ajuda a arrefecer a cabeça em zonas quentes; os olhos azuis são uma característica desfavorável do sol intenso.

A incidência dos grupos sanguíneos do sistema AO não é a mesma nas diferentes populações. No entanto, a composição. No entanto, a composição do sangue é igual em todos os homens. É possível um indivíduo de qualquer parte do mundo doar sangue a outro de uma região muito diferente, desde que o seu grupo seja compatível com o receptor. A miscigenação, considerada perigosa antigamente, é pelo contrário, benéfica, pois contribui para um maior intercâmbio genético. As novas recombinações do ADN diversificam o conteúdo genético, permitindo assim o aparecimento de características favoráveis a evolução e tornando os homens cada vez mais semelhantes uns aos outros.

Evolução da Terra

A Terra formou-se há 4600 M.a., tendo sofrido desde então enormes alterações, devido tanto os factores internos como os sismos e vulcões, como a factores externos, de que são exemplos o vento e a chuva.

Etapas da história da Terra
A história esta dividida em quatro etapas geológicas, chamadas eras, que se caracterizam pela forma como se encontravam distribuídos os continentes e os oceanos e pelo tipo de organismos que neles viviam:

-        Era Pré-câmbrica;
-        Era Paleozoica;
-        Era Mesozoica;
-        Era Cenozoica;

A era Pré-câmbrica representa mais de 85% da Historia da Terra. É muito extensa relativamente as restantes, devido a existência de poucos fosseis que possam fornecer indicações sobre os factores ocorridos nesse tempo.

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