Biologia de Conservação
A Biologia de
Conservação é uma ciência multidisciplinar que tem
por objetivo buscar meios de se utilizar adequadamente os recursos do meio ambiente(as
espécies, comunidades e ecossistemas), promovendo a sustentabilidade e a
manutenção da biodiversidade.
Biodiversidade
O que é a biodiversidade?
É a variedade da vida na terra, a todos os níveis, desde
os genes até às populações mundiais da mesma espécie; desde comunidades de
espécies que partilham a mesma pequena área de habitat até aos ecossistemas a
nível mundial.
Níveis de biodiversidade
Para proteger a biodiversidade a diferentes níveis,
nomeadamente:
- Ø Ecossistemas que contenham elevada biodiversidade, grande número de espécies ameaçadas ou endémicas, que sejam importantes param espécies migradoras; que tenham importância social, económica, cultural ou científica ou sirvam de suporte a processos fundamentais.
- Ø Espécies são comunidades de espécies que se encontrem ameaçadas, parentes selvagens das espécies domesticadas ou cultivadas, espécies com importância medicinal, agrícola ou outro significado económico, social, cultural ou científico, assim como espécies indicadoras.
- Ø Genótipos com significado social, científico ou económico.
Para compreender como a biodiversidade é suscetível de
responder a uma dada atividade proposta, os impactos em cada nível da
biodiversidade podem ser melhor avaliados em termos de:
- Ø Composição: quais as unidades biológicas presentes e quais as suas abundâncias.
- Ø Estrutura (ou padrão): como se organizam as unidades biológicas no tempo e no espaço.
- Ø Função: o papel que cada unidade biológica desempenha na manutenção das dinâmicas e processos naturais.
O significado destas respostas depende, criticamente, das
utilizações e valores da biodiversidade.
Porque é a biodiversidade é importante?
A biodiversidade suporta muitas vidas e fornece múltiplos
meios de subsistência. A biodiversidade é:
- Ø Uma fonte de bens disponíveis incluindo alimento, medicamentos e materiais de construção.
- Ø Essencial na regulação de processos naturais e dos sistemas de suporte da vida na Terra, por exemplo, sequestro do carbono, formação do solo e purificação da água.
- Ø Essencial para a polinização de colheitas com valor comercial e para o controlo biológico de pragas e doenças.
- Ø Uma fonte de enriquecimento e bem-estar espiritual e religioso.
- Talvez mais importante que tudo, a biodiversidade é a base para a evolução e a adaptação a ambientes em transformação, o que a torna essencial para a sobrevivência da vida.
Princípios orientadores
A biodiversidade tem que ser conservada para assegurar
que sobrevive, continuando a fornecer serviços, valores e benefícios para as
gerações atuais e futuras. Deve ser adotada a seguinte abordagem para ajudar a parar
a perda líquida de biodiversidade:
- 1. Evitar perdas irreversíveis de biodiversidade.
- 2. Procurar soluções alternativas que minimizem as perdas de biodiversidade.
- 3. Utilizar a mitigação para restaurar os recursos da biodiversidade.
- 4. Compensar as perdas inevitáveis fornecendo substitutos com um valor de biodiversidade, pelo menos, semelhante.
- 5. Procurar oportunidades de melhoria.
Espécies
exóticas
Espécies
exóticas são espécies animais ou vegetais que se instalam em locais onde não
são naturalmente encontradas.
Classificação das espécies exótica
As
espécies exóticas Classificam-se três principais modos pelos quais espécies
exóticas invasoras se instalam:
- 1. As espécies são intencionalmente introduzidas. Nesse caso, um amplo estudo de manejo da espécie deve ser realizado antes de sua introdução, a fim de se evitar um futuro descontrole.
- 2. As espécies são intencionalmente introduzidas apenas no cativeiro, porém fogem para o meio ambiente: nesse caso o manejo da espécie também é a melhor solução.
- 3. Introduções acidentais: nesse caso não existe controle na introdução da espécie; a melhor maneira de solucionar o problema é a detenção rápida da dispersão da espécie.
Impacto negativo sobre a biodiversidade
O
facto é que hoje em dia essas espécies invasoras representam um grande risco à
biodiversidade no Planeta.
Isso
acontece porque, em muitos casos, a chegada de espécies exóticas invasoras a um
determinado habitat altera o equilíbrio ecológico local. Muitas dessas
espécies, por possuírem determinadas características - como ciclo reprodutivo
rápido, baixa demanda nutricional, parasitismo, etc - acabam por se tornar
pragas, crescendo e multiplicando rapidamente e alocando recursos que antes
eram suficientes para o bem estar de todas as espécies naquele habitat.
Esse
desequilíbrio no habitat geralmente tem graves consequências, especialmente nas
espécies nativas do habitat, que podem morrer, e se forem específicas daquela
região, podem ser extintas.
Segundo
o livro “Global strategy on invasive alien species” , publicado em 2001 pela
IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), a melhor maneira de
se prevenir a presença de espécies exóticas invasoras num ambiente é prevenir
diretamente, de alguma forma, a introdução dessas espécies.
Como prevenir?
Em
primeiro lugar, a detecção de espécies que possuem grande potencial de se
tornar exóticas invasoras é fundamental. Alguns fatores que ajudam nessa
detecção são
- Ø quanto maior a população inicial da espécie em questão e quanto maior a tolerância a diferentes tipos de clima, maior a chance de se tornar invasora. Espécies que também já foram diagnosticadas como potenciais invasoras em outros locais também merecem atenção.
- Ø Em segundo lugar, no caso de espécie invasora já instalada, sua erradicação é desejável, porém, isso nem sempre é possível. É necessário estudar o custo-benefício de tal erradicação, pois muitas vezes são processos caros e que precisam de muito tempo, ou que podem causar ainda mais danos ao ambiente.
Fragmentação de habitats
Fragmentação
de habitats é o fenômeno onde uma
área grande e contínua de um habitat específico é diminuída e/ou dividida em
duas ou mais áreas. Essas novas áreas menores, separadas umas das outras por
ambientes diferentes do origina, acabam se tornando mais isoladas.
Características
Algumas
características marcantes que diferenciam os habitats fragmentados dos naturais
são, além da diminuição da área de habitat, o aumento considerável da área de borda e a
aproximação do centro do fragmento de habitat da borda(diminuição da área
interna, sem efeito de bordas).
Consequências
- Ø a fragmentação limita o potencial de dispersão e colonização de uma determinada espécie. Os animais que lá vivem não mais podem andar livremente em busca de novas áreas, já que existe uma barreira que os impede de se deslocarem.
- Ø A fragmentação de habitats impede esse deslocamento, comprometendo essa capacidade que é fundamental para a sobrevivência da espécie. A busca por parceiros para o acasalamento e a polinização também ficam seriamente comprometidas.
- Ø Assim, a fragmentação de habitats leva ao surgimento de duas ou mais subpopulações de uma espécie, limitadas a uma área restrita; aumenta-se as chances de acontecer endocruzamento. Dessa forma, é possível que, com o tempo, as populações entrem em extinção.
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