Psicologia Geral
Conceito:
Psicologia é a
ciência que estuda o comportamento humano e os processos, nos aspectos
conscientes e inconscientes.
A
Psicologia consiste em um conjunto de atitudes que nos conduzem a aceitar
fatos, ainda que possam ir de encontro com as nossas expectativas, esperanças e desejos.
1.
Conduta Humana
A conduta é a
forma como os homens se comportam na sua vida e nas suas acções. Portanto, a
palavra pode ser usada como sinónimo de comportamento. Neste sentido, a conduta
refere-se às acções das pessoas em relação ao seu meio envolvente ou ao seu
mundo de estímulo.
A acção humana é um comportamento do
ser que reflecte à sociedade, ou seja, uma movimentação de energias que se
compreende no tempo e no espaço. Comportamentos tais como positivos (trabalhar,
elogiar) ou negativos (roubar, ofender), independentemente da maneira que
expressa tal acção.
É
comum ouvirmos expressões tais como: ‘Fulano não tem consciência”; “Coloque a
mão na consciência’’ e assim muitas outras. O que se pretende dizer com isso? O
que vem a ser a consciência? Diríamos que consciência é o núcleo mais profundo,
mais secreto do ser humano.
Quando,
conscientemente temos que fazer uma escolha moral, ou, ao contrário, quando
emitimos um julgamento erróneo, então, estamos agindo de acordo ou em desacordo
da razão ou dela estaremos nos afastando.
A
educação, a formação da consciência recta e racional, no sentido moral e
religioso torna-se indispensável aos homens que são submetidos frequentemente
a influências negativas. Muitas vezes o ser humano é tentado a sucumbir diante
das fraquezas humanas, diante do abuso do poder, da ganância, da luxúria, de
tantas outras mais.
1.1. Emoção:
Pela perspectiva da
neurociência emoção é um complexo conjunto de padrões
emocionais a partir da união de determinadas reacções químicas e neurais.
As emoções possuem papel regulador auxiliando o indivíduo conservar a vida -
emoções de medo para alertar situações de perigo é um exemplo dessa capacidade
emocional.
De acordo com Damásio (2000) emoção é
compreendida como influenciadora de incontáveis circuitos cerebrais, sendo
assim também responsável possível por alterações profundas no cérebro e no
corpo.
Outro ponto relevante sobre as
emoções é a capacidade de, quimicamente, manter experiências vivas na memória
humana – processo iniciado pelo hipotálamo. Existe, desta maneira, materiais
químicos e neurais que produzem tristeza, alegria, vitimização, fraqueza,
entusiasmo, etc. que resgatam e fortalecem memórias humanas. Além disso,
memórias também podem despertar emoções, dessa forma, pode-se dizer que estes
dois processos estão intimamente ligados.
O recém-nascido se comunica com
o mundo, sofre a acção do mundo, e pode actuar sobre ele graças à emoção.
Através dela iniciam-se as bases das relações inter- individuais. (CAMARGO,
1999, p.10) , ou seja, além dos aspectos já elucidados em relação
à emoção, ela serve como uma primeira comunicação, uma pré-linguagem, que
permite dirigir-se ao outro. Destaca-se, assim, a necessidade humana de
vinculação a algo ou alguém, visto que a emoção permite um primeiro contacto
social – afectivo e para protecção -, como é observado em relações entre mães e
recém-nascidos.
1.1.1.
Afectividade
Pode-se chamar de afecto o conjunto de fenómenos
psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões.
Acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou
insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza e etc. É a
afectividade que determina a atitude geral do indivíduo diante de qualquer
experiência vivida, ela promove os impulsos motivadores e inibidores.
Segundo Jean Delay, o
estado de ânimo ou humor é a “disposição afectiva fundamental, rica em todas as
instâncias emocionais e vitais, que dá a cada um dos nossos estados de ânimo
uma tonalidade”. Existe para cada individuo um estado afectivo momentâneo, que
pode variar de momento para momento, (alegre, triste, deprimido, bem e etc.) e
depende das circunstâncias pessoais de vida. Nem todos os indivíduos têm os
mesmos limites, o estado de felicidade de uns pode ser bem mais elevados que outros.
A afectividade funciona como uma lente que filtra a realidade percebida por
cada um de nós e através de matizes, dá um colorido diferente às variáveis de
todos os relacionamentos do sujeito com o meio.
1.1.2.
Sentimento
Pela concepção senso-comum emoções e
sentimentos são considerados sinónimos, no entanto, possuem dissemelhanças.
Enquanto as emoções são necessárias para o saudável desenvolvimento humano e de
outros animais, os sentimentos são inerentes ao homem, sendo assim considerados
– pela visão evolucionista – uma evolução das emoções.
De maneira geral os sentimentos são
conscientes, diferentemente das emoções, que chegam ao ser humano de forma
inconsciente. Exercem função de juízo das emoções evidenciando uma maior auto-
percepção e, assim, traduzem ideias sobre o corpo ou organismo. Desta forma a
emoção é alegria, enquanto o sentimento é a racionalização e entendimento desta
alegria em relação a si mesmo: "estou alegre".
Outra questão que diferencia
sentimentos de emoções é que o primeiro é duradouro e passível de ser escondido
pelo indivíduo para não ser percebido pelos demais sujeitos. Ao passo que
o segundo é espontâneo e está directamente ligado à comunicação corporal – mãos
suadas, agitação, choro, etc.
Por fim pode-se considerar, a
partir da dimensão que o sentimento abarca, e este processo é decorrente de uma
disposição mental de decisão, além de outras emoções, sensações e
percepções que interagem e ás vezes até influenciam sentimentos.
1.2.
Percepção
O processo de percepção consiste na capacidade
de adquirir, seleccionar e organizar as informações captadas do meio. Assim
permite ao ser humano organizar as impressões sensoriais e sensações obtidas
baseando-se tanto em um histórico pessoal e colectivo de experiências
anteriores, quanto em algo completamente novo.
Esta capacidade de cognição dá-se
quando os órgãos dos sentidos recebem estímulos, mas diferentemente da sensação
que é uma primeira resposta mais simples em relação ao externo,
normalmente estes estímulos na percepção também são interpretados.
1.3.
Sensação
Acredita-se, a partir de perspectivas
e estudos realizados por várias áreas – entre elas a neuro- anatomia e física,
que o mundo externo é captado e compreendido pelas pessoas a partir de
mensagens que são descodificadas no cérebro. A sensação, dessa forma,
configura-se como uma primeira resposta ao que está ao nosso redor, ou seja,
uma primeira decodificação sensorial e motora à mensagens que estão
constantemente sendo passadas.
Assim, são detectados sons, objectos,
odores, etc. No entanto, embora o ser humano esteja constantemente em relação e
recebendo influências do meio, nem tudo que o cerca é sentido com intensidade.
Ou seja, certas "mensagens" de fora tornam-se inconscientes, pois não
são completamente descodificadas.
Diante disso, cabe ressaltar como
ocorre o processamento e selecção de informações. O primeiro tipo de processamento é o considerado do
tipo inferior, quando é
realizada uma análise apenas a partir de captação de estímulos. A segunda
maneira é compreendida como do tipo superior,
ou seja, quando envolve também influências da mente humana: experiências,
expectativas ou estado emocional.
De maneira geral a “porta de entrada”
dos estímulos externos proporcionadores de sensações é a partir dos cinco
principais sentidos – visão, audição, tacto, paladar e olfacto. Assim, as
informações são captadas pelos órgãos dos sentidos e enviadas pelo sistema
nervoso central ao córtex cerebral e este realiza a codificação ou
decodificação de mensagens exteriores.
1.4. Motivação do comportamento
A
psicologia da Motivação compreende o estudo do comportamento do indivíduo
suportado por suas motivações. Esta abordagem permite compreender como os seres
humanos, em determinadas e diferentes situações, são motivados ou não a acção.
É
certo que cada pessoa tem seu próprio modo de compreender os impulsos, externos
e internos, afinal, somos seres únicos com experiências únicas e, estas moldam
nossa personalidade e consequentemente nossos comportamentos.
Segundo
a psicologia, nossas motivações podem ser explicadas sob duas ópticas: Impulso
e Atracção. As motivações guiadas pelo Impulso são regidas pelos
nossos instintos e pulsões, e neste âmbito as decisões são tomadas com base em
factores externos.
Motivação
por Atracção corresponde aos estímulos, internos, que cada pessoa vê em
determinada situação. Deste modo, um objectivo pode ser desejado por um
indivíduo, enquanto, que para outro, o mesmo é indiferente.
Assim,
os factores de atracção variam de acordo com as expectativas de cada um de nós
em relação à vida como um todo.
A
Psicologia da Motivação teve grande influência da teoria do Hedonismo. Segundo
esta, os seres humanos são motivados especialmente pela busca do bem-estar,
prazer, através de acções positivas e da eliminação do mal-estar e de acções
negativas.
Isto
porque a satisfação, o prazer e a procura pela felicidade, ao longo de toda
civilização humana, sempre foi uma busca constante entre todas as culturas.
E
não é para menos. Nossas motivações, intrínsecas
e extrínsecas, detêm os
estímulos, percepções, comportamentos e acções que evidenciam nossa
personalidade. E estas demonstram, para nós e para o mundo, o que consideramos
realmente importante ou mesmo irrelevante em nossas vidas.
Motivação
intrínseca
A motivação intrínseca – também conhecida como
motivação interna – está relacionada à força interior, capaz de
se manter activa mesmo diante da adversidade. Este tipo de motivação é
independente do ambiente, das situações e das mudanças, estando relacionada aos
interesses individuais e que podem ser alterados apenas por escolha da pessoa.
Geralmente, a motivação interna está associada a metas, objectivos e projectos
pessoais que estimulam o indivíduo a acordar todos os dias, enfrentar o trânsito
e se dedicar a horas intensas de trabalho. Este é um tipo de motivação que está
presente em todas as pessoas, pois é o que gera força para estar em movimento,
conquistar coisas e escrever sua própria história.
Motivação
extrínseca
A motivação extrínseca – também conhecida como
motivação externa – está relacionada ao ambiente, às situações e aos factores
externos. Um exemplo claro de motivação extrínseca são as premiações de
campanhas para a equipe comercial ou bónus oferecidos para vendedores que alcançarem
determinado valor de facturamento. No ambiente corporativo, o clima
organizacional, actividades diversificadas, treinamentos de aprimoramento e
outros benefícios se destacam como eficientes formas de motivação externa que
mantém o quadro de funcionários comprometido e produtivo. Este tipo de
motivação é uma maneira de ajudar as pessoas a se manterem engajadas, e serve
como um factor complementar. Isso significa que, em hipótese alguma, os
indivíduos podem ser dependentes da motivação extrínseca. Eles devem, na
verdade, sempre estimular a automatização.
1.5.
Imaginação
É uma capacidade mental que permite
a representação de objectos segundo
aquelas qualidades dos mesmos que são dadas à mente através
dos sentidos - segundo a concepção sartriana apresentada em sua
obra O imaginário: psicologia
fenomenológica da imaginação.
Tipos de
imaginação para nos localizarmos:
1.
IMAGINAÇÃO EFETIVA: Combina informações para formar
novos conceitos e ideias. Pode ser guiada ou iniciada
por pensamentos aleatórios, normalmente estimulados
por experiências passadas. É extremamente flexível e permite inúmeras
alterações, além de levar a outros tipos de imaginação.
2.
IMAGINAÇÃO CONSTRUTIVA OU INTELECTUAL: É usada quando
desenvolvemos diferentes hipóteses a partir das informações. É originária de
uma ideia ou conceito definidos. Pode ser um processo longo, de
décadas de trabalho, como na formulação de uma teoria ou tese.
3. IMAGINAÇÃO FANTASIOSA: Cria e desenvolve histórias, imagens, poemas e peças de teatro. Pode partir de algum fato ou experiências pessoais. Pode ser uma mistura de diferentes tipos de imaginação e é ferramenta para artistas, músicos, escritores e dançarinos.
4. EMPATIA: É a compaixão, nossa capacidade de nos ligarmos a outras pessoas e sentir o que elas sentem. É a ligação emocional com outras pessoas, que permite que nossa mente veja de diferentes perspectivas e realidades, a partir dos sentimentos das outras pessoas.
5. IMAGINAÇÃO ESTRATÉGICA: Habilidade de reconhecer e avaliar oportunidades, transformando-as em cenários mentais, enxergando benefícios e malefícios. Em alguns casos, pode ser vista como sabedoria. É formulada a partir das experiências pessoais, crenças, costumes e cultura da pessoa.
6. IMAGINAÇÃO EMOCIONAL: Dr. Murray Hunter diz que, “sem a imaginação, a emoção não poderia emergir de nosso psicológico e se manifestar como sentimentos, humor e disposição.” O medo, por exemplo, exige que saibamos o que precisa ser temido, o ódio precisa que saibamos o que deve ser repulsivo e a preocupação ou ansiedade, requer a geração imaginativa de cenários que nos deixem ansiosos. É uma das imaginações mais poderosas, e pode dominar facilmente a mentalidade ou processo de pensamento das pessoas.
7.
SONHOS: É a manifestação inconsciente da imaginação
por meio de imagens, ideias, emoções e sensações que ocorrem durante
determinados estágios do sono.
8.
RECONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA: É o processo de recuperação
da memória de pessoas, objectos e eventos. A memória é formada de
conhecimentos anteriores, consistindo de uma mistura de verdades e
crenças, influenciadas pela emoção.
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