Importância da Investigação




Variáveis 

Na pesquisa científica, as variáveis correlacionam-se em dois níveis: o conceitual e o empírico. Elas são os factores observáveis ou mensuráveis de um fenómeno. 

As variáveis são aspectos, propriedades, características individuais ou factores observáveis ou mensuráveis de um fenómeno. 

Podemos encontrar exemplos de variáveis em todas as áreas do conhecimento: 



ü Na física: massa, peso, velocidade, energia, força, impulso, atrito, etc. 

ü Nas ciências sociais: inteligência, classe social, sexo, salário, idade, ansiedade, preconceito, motivação, agressão, frustração e muitas outras. 

ü Na economia: custo, tempo, qualidade, produtividade, eficiência, desempenho, etc. 

As variáveis podem ser classificadas de diversas maneiras. Uma dessas classificações é feita segundo a relação que expressam, como mostra o quadro a seguir.


CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A RELAÇÃO EXPRESSA 


VARIÁVEL INDEPENDENTE 

É aquela que é factor determinante para que ocorra um determinado resultado; é a condição ou causa para um determinado efeito ou consequência; é o estímulo que condiciona uma resposta. 


VARIÁVEL DEPENDENTE 

É aquele factor ou propriedade que é efeito, resultado, consequência ou resposta de algo que foi estimulado; não é manipulada, mas é o efeito observado como resultado da manipulação da variável independente. 


VARIÁVEL DE CONTROLE 

É aquele factor ou propriedade que poderia afectar a variável dependente, mas que é neutralizado ou anulado, através de sua manipulação deliberada, para não interferir na relação entre a variável independente e a dependente. 


VARIÁVEL INTERVENIENTE 

É aquele factor ou propriedade que teoricamente afecta o fenómeno observado. Esse factor, no entanto, ao contrário das outras variáveis, não pode ser manipulado ou medido. 


Como as variáveis se referem a aspectos observáveis ou mensuráveis, podem ser classificadas também segundo seu tipo, como mostra o quadro abaixo. 


CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O TIPO 


VARIÁVEIS
QUALITATIVAS 



São caracterizadas pelos seus atributos ou aspectos qualitativos e relacionam aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos descritivamente. Os elementos do conjunto original são agrupados em classes ou categorias (classificação) distintas, obedecendo a determinado critério classificatório. Nas variáveis qualitativas não existem ordem, hierarquia ou proporção.
Exemplos: sexo, estado civil, raça, nacionalidade, histeria, psicose, etc. 


VARIÁVEIS
QUANTITATIVAS 

São determinadas em relação aos dados ou proporção numérica; são os atributos ou aspectos que podem ser quantificados. As variáveis quantitativas são sempre resultado de um processo de contagem ou mensuração.
Exemplos: peso, altura, idade, temperatura, volume, massa, renda familiar, etc. 




As variáveis são propriedades que podem variar entre indivíduos, objectos ou coisas e outros. 

Na pesquisa científica, a variável correlaciona-se em dois níveis: o conceitual e o empírico. No primeiro caso, enumeram-se as propriedades de interesse imediato para o estudo e estabelecem-se as relações entre elas. No segundo, a análise estabelece as associações existentes entre as variáveis, tal como ocorreu nos dados ou fatos observados, e deve-se verificar se essas relações se ajustam ao modelo conceitual. 

Justificativa 
Justificativa é a razão de ordem teórica e prática que justifica a realização da pesquisa, demonstrando o valor do objecto de estudo e destacando a relevância do assunto, tanto em termos académicos quanto nos seus aspectos de utilidade social e a viabilidade do tema. 

São importantes as seguintes reflexões: 

ü O que esta pesquisa pode acrescentar à ciência na qual se inscreve? (Relevância Científica); 

ü O que levou o pesquisador a escolher o tema? (Interesse); 

ü De que maneira a pesquisa pode contribuir para o aperfeiçoamento da sociedade em que está inserida? (Relevância Social); 

ü Quais são as possibilidades para realizar a pesquisa? (Viabilidade). 





Devem-se evitar citações, principalmente, directas. Caso seja necessário, faça-as indirectamente, pois a justificativa elenca motivos e não se trata de uma fundamentação teórica. (LAKATOS, 2010). 



Universo e Amostra 

O universo é a totalidade dos elementos que possuem características comuns. 

Amostra é um grupo de sujeitos seleccionados de um grupo maior (população). 



Segundo, VERGARA (2011), as amostras são de dois tipos: 

a) Probabilística, baseada em procedimentos estatísticos; 

b) Não probabilística não baseada em procedimentos estatísticos. 




As amostras probabilísticas 


Aleatória simples 

Cada elemento da população tem uma chance determinada de ser seleccionada. Em geral, atribui-se a cada elemento da população um número e depois faz a selecção aleatoriamente, casualmente; 


Por conglomerados 

Seleccionam conglomerados, entendidos como empresas, edifícios, famílias, quarteirões, universidades e outros elementos. 




Estratificada 

Selecciona uma amostra de cada grupo da população, por exemplo, referente a sexo, idade, profissão e outras variáveis. Todavia, a amostra deve ser proporcional a cada grupo da população 









As amostras não probabilísticas 




Por acessibilidade 

Longe de qualquer procedimento estatístico, selecciona elementos pela facilidade de acesso a eles 


Por tipicidade 

Constituída pela selecção de elementos que o pesquisador considere representativos da população-alvo, o que requer profundo conhecimento dessa população 


Objectivo “bola de neve” 

Quando a escolha dos sujeitos se deve a pessoas indicando outras. (VERGARA, 2011). 




Para GIL (2002, p. 121) “Quando [a] amostra é rigorosamente seleccionada, os resultados obtidos no levantamento tendem a aproximar-se bastante dos que seriam obtidos caso fosse possível pesquisar todos os elementos do universo”. 



Hipótese 





Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. 

Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. 



As hipóteses orientam o planeamento dos procedimentos metodológicos necessários para a execução da pesquisa. O processo de pesquisa volta-se para a procura de evidências que comprovem, sustentem ou reflectem a afirmativa feita na hipótese. 

A hipótese define até que ponto o pesquisador pretende chegar e, por isso, ela é a directriz de toda a investigação. Ela é sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto, podem estar explícitas ou implícitas na pesquisa. 



Quando analisamos os instrumentos adoptados para a colecta de dados, é possível reconhecer as hipóteses subjacentes (implícitas) que conduziram a pesquisa (GIL, 1991). 

Segundo LUNA (1997), a formulação de hipótese é quase inevitável, para quem é estudioso na área de pesquisa. 

Característica das hipóteses 



Muitos autores já determinaram as características ou critérios necessários para a validade das hipóteses. LAKATOS e MARCONI (1991) listaram onze (11): 



ü Consistência lógica: o enunciado das hipóteses não pode ter contradições e deve ter compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos; 

ü Verificabilidade: devem ser passiveis de verificação; 

ü Simplicidade: devem ser parcimoniosas evitando enunciados complexos; 

ü Relevância: devem ter poder preditivo e/ou explicativo; 

ü Apoio teórico: devem ser baseadas em teoria para ter maior probabilidade de apresentar genuína contribuição ao conhecimento científico; 

ü Plausibilidade e Clareza: devem propor algo admissível e que o enunciado possibilite o seu entendimento; 

ü Profundidade, fertilidade e originalidade: devem expressar mecânicos aos quais obedecem para alcançar níveis mais profundos da realidade, favorecer o maior número de deduções e expressar uma solução nova para o problema. 

O problema, sendo uma dificuldade sentida, compreendida e definida, necessita de uma resposta “provável, suposta e provisória”, que é a hipótese. 



Para LAKATOS e MARCONI (1991, p 104) a principal resposta é denominada de hipótese básica e esta pode ser completada por outras denominadas de hipóteses secundárias. 



Hipótese básica 

É a afirmação escolhida pelo pesquisador como a principal resposta ao problema proposto. 



Hipótese ssecundária 

São afirmações complementares e significam outras possibilidades de resposta para o problema. Podem: 

ü “Abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral; 

ü Englobar aspectos não especificados na hipótese básica; 

ü Indicar relações deduzidas da primeira; 

ü Decompor em pormenores a afirmação geral; 

ü Apontar outras relações possíveis de serem encontradas, etc. 



Como formular hipóteses 





O processo de formulação de hipótese é de natureza criativa e requer experiência na área. 

GIL (1991) realizou a literatura referente à descoberta cientifica e concluiu que na formulação de hipóteses podem-se usar as seguintes fontes: 

ü Observação; 

ü Resultados de outras pesquisas; 

ü Teoria; 

ü Intuição. 





Verbos para objectivos 



A correta definição de objectivos gerais e de objectivos específicos é essencial para o sucesso de projectos de pesquisa, estudos científicos, planos de aula, trabalhos académicos. 

De forma a assegurar que a transmissão de mensagem seja clara e assertiva, os objectivos devem ser iniciados por um verbo no infinitivo. 



Objectivos gerais 





Para a definição de objectivos gerais, é recomendado o uso de verbos com significado abrangente. Deve englobar a totalidade do problema, definindo de forma clara o que se pretende no final do projecto. 



Verbos para objectivos gerais que se focam em conceitos 



ü Conhecer; 

ü Compreender; 

ü Entender; 

ü Identificar; 

ü Reconhecer; 

ü Generalizar. 







Verbos para objectivos gerais que se focam em procedimentos 



ü Desenvolver; 

ü Estabelecer; 

ü Organizar; 

ü Capacitar; 

ü Demonstrar. 





Verbos para objectivos gerais que se focam em atitudes 



ü Contribuir; 

ü Colaborar; 

ü Valorizar; 

ü Interiorizar; 

ü Mostrar. 



Objectivos específicos 



Para a definição de objectivos específicos, é recomendado o uso de verbos com significado mais restrito e direccionado. Os objectivos específicos contribuem para a concretização do objectivo geral, pormenorizando-o. 

Estão relacionados com as áreas específicas nas quais se desenvolvem. 



Verbos usados em objectivos específicos para indicar análise 



ü Analisar; 

ü Investigar; 

ü Comprovar; 

ü Classificar; 

ü Comparar; 

ü Contrastar; 

ü Diferenciar; 

ü Distinguir. 





Verbos usados em objectivos específicos para indicar avaliação 



ü Avaliar; 

ü Pesquisar; 

ü Seleccionar; 

ü Precisar; 

ü Decidir; 

ü Estimar; 

ü Medir; 

ü Validar. 



Verbos usados em objectivos específicos para indicar compreensão 



ü Concluir; 

ü Inferir; 

ü Deduzir; 

ü Interpretar; 

ü Determinar; 

ü Descrever; 

ü Ilustrar. 





Verbos usados em objectivos específicos para indicar conhecimento 



ü Registar; 

ü Definir; 

ü Identificar; 

ü Nomear; 

ü Especificar; 

ü Exemplificar; 

ü Enumerar; 

ü Citar. 







Verbos usados em objectivos específicos para indicar síntese 



ü Esquematizar; 

ü Organizar; 

ü Constituir; 

ü Estruturar; 

ü Generalizar; 

ü Documentar; 

ü Desenvolver. 



Verbos usados em objectivos específicos para indicar aplicação 



ü Aplicar; 

ü Praticar; 

ü Empregar; 

ü Operar; 

ü Usar.


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